segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A pergunta que não quer calar:

De quem, agora, estamos falando?
Nova identidade ou só roupa nova?
???????????? Alguém aí pode responder?!

Ausência

Hoje a falta me doeu. Foi bem diferente dessa vez. O carinho que vem de longe emociona, alegra, mas não aconchega. O silêncio doeu. De repente, me vi só. Queria apenas abraços, nada mais. Triste é esse mundo que somos em que o toque é tolido, pq tem um preço. Ainda não acabou e a esperança segue. Ao contrário, embebedar-me-ei com as lágrimas com gosto de caipvodka liberada.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ouro de Tolo (Raul Seixas)

Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável

E ganho quatro mil cruzeiros
Por mês...
Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso
Na vida como artista
Eu devia estar feliz
Porque consegui comprar
Um Corcel 73...
Eu devia estar alegre
E satisfeito
Por morar em Ipanema
Depois de ter passado
Fome por dois anos
Aqui na Cidade Maravilhosa...
Ah!
Eu devia estar sorrindo
E orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa...
Eu devia estar contente
Por ter conseguido
Tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado...
Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto "e daí?"
Eu tenho uma porção
De coisas grandes prá conquistar
E eu não posso ficar aí parado...
Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Prá ir com a família
No Jardim Zoológico
Dar pipoca aos macacos...
Ah!
Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro
Jornal, tobogã [Big Brother Brasil]
Eu acho tudo isso um saco...
É você olhar no espelho
Se sentir
Um grandessíssimo idiota
Saber que é humano
Ridículo, limitado
Que só usa dez por cento
De sua cabeça animal...
E você ainda acredita
Que é um doutor
Padre ou policial
Que está contribuindo
Com sua parte
Para o nosso belo
Quadro social...
Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar...
Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador...

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Identidade

Eu queria dizer tudo que me sufoca, que entala a garganta. Cuspir letra por letra ou vomitar todas as frases de uma só vez. Há uma mordaça que me toma e me desponta em um feixe de luz de vida. Não sou o que sou e nem o que quero ser. Não sei o que escrevo, nem pra que, nem pra quem. Sou o silêncio corrompido de múrmurios e medo. De criança que parte pra rua achando encontrar lá um paraíso a descobrir. Tarde. Encontro-me tarde da noite pensando que velha companheira solidão voltou a casa. Gosto de sonhar fabulosos desterros de quem não vejo refletido num espelho me dizendo que eu sou mais uma e dentre tantas sou como parte de todas. Caminho numa busca incessante e frenética para descobrir meu eu, tão instável e fluido. Assim, vivo na persistência de me negar para afirmar aquilo que penso, que sei, que falo, que faço e que confusamente sinto. Me ame, me abrace, me beije e não esqueça de me bater para lembrar que a vida é também decepção e sofrimento. "porque a tristeza tem sempre uma esperança, de um dia não ser mais triste não."

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Graça... rs.

Há pessoas que conseguem ser tão lindas, graciosas, leves e encantadoras que não precisam fazer absolutamente nada para que caiam nas nossas graças. Simples assim! BUM! ***plim, plim. Há pessoas que gostamos de graça. Sem saber sua trajetória, sua personalidade, seus gostos, nada. E com essa graça, elas vão chegando de mansinho, fluindo por nossa vida com nossa licença hipnótica [afinal, estamos tão deslumbrados que uma licença consciente seria demais] e se instalando. Nem sempre é para sempre. Mas, sempre farão lembrar-nos de que nesta terra habita seres mágicos, não por seu encanto, mas sim por mostrar que são apenas humanos. 
Em 2010, mais uma vez, tive a graça de conhecer seres assim, que eu gosto muito e de graça! Que fiquem o tempo que o tempo permitir. Enquanto isso, desfrutemos da graça de termos nos encontrado!

Em especial, S., P., E., Zé e Aduni!

sábado, 8 de janeiro de 2011

Encontros...

Do tempo que tenho, tento deixar o tempo transformar. 
Do tempo que sonho, brinco com o tempo para ser. 
Dos encontros que tive, aguardo o tempo revelar o devir. Não sou a minha vida, sou a vida que o tempo permitir. 
No fundo, seguimos solitários acompanhados apenas daquilo que o tempo deixa passar. 
O segredo de viver é aproveitar a generosidade do tempo, pois de tempo em tempo o mundo gira.
Feliz o tempo em que encontrei.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Pequenas confidências de ano novo...

        Apesar de não ser religiosa, mantenho em mim aquilo que fui (ainda que seja na memória). Por isso, velha tradição de ano novo se realiza: passar o réveillon com uma calcinha nova da cor que representa o seu desejo para o ano que se aproxima. Muita gente faz isso, tanto quanto pular as ondas, guardar caroços de uva na carteira etc.. Eu estava tão ocupada, cansada e sei lá, com TPM, neste fim de 2010 que não me preparei para receber 2011, como de costume. Até tentei no último momento, mas já era último. Eu queria Prosperidade! Desejo comum quando se vive em clima de insegurança. 
       A caminho de casa, lembrei-me que tinha uma calcinha nova em folha, um presente de uma amiga. Feliz e com medo do desejo que a cor expressava: Paixão. E me vi reinventando sentidos e significados. Afinal: trabalho sem paixão é obrigação; amor sem paixão é costume; família sem paixão é tolerância; estudo sem paixão é repetição; saúde sem paixão é sobrevivência; por fim, ano novo sem paixão é nostalgia de ano velho.

Muita Paixão em 2011!

domingo, 2 de janeiro de 2011

Inspiração

Todo início de ano inspira a realização de velhos desejos, que nos parecem sempre com um ar de novidade. Seja a dieta, a busca pelo equilíbrio ou pelo amor. Isso é renovação. Destacamos nossas permanências para alcançar o novo e recriar nossa vida. Que o novo do ano lembre-nos de que é o velho que instiga a mudança. FELIZ ANO NOVO!