segunda-feira, 15 de julho de 2013

E 2007 foi um ano e tanto...

Desabafinhos em folhas de um bloquinho (daqueles que não nos largam) que o vento trouxe e a finitude deixou guardado na caixa das lembranças.

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1.
Ousadia do simples me excita.
Criar o futuro sem pensar no que fazer é mais uma aventura que eu embarco.
O fim é inevitável, o caminho é escolha.
A vida perde graça se não há surpresas.
Qual será o próximo presente?

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2.
Minha vida está uma merda.
Merda de vida!
Nem o túnel do tempo seria capaz de mudar o que se sente hoje.
Sigo só no meu caminho procurando reencontrar-me e criar-me.
Merda de vida!
Nem a memória é capaz de recuperar o passado e dá-lo vida a ponto de se tornar presente.
Sigo num caminho que desconheço, ao qual todos são familiares e altamente estranhos.
Merda de vida!
Qual a minha turma?
Qual turma poderia ser minha?
O que faço com as ideias?
O que faço comigo?
Mais uma vez (e sempre) o incerto reina soberano.

ps.: saudade de mim.

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3.
Não tenho medo da morte!
tenho medo de morrer e não me despedir.
Não tenho medo de sofrer!
tenho medo da dor da perda; ela é a pior!
Agora, tenho medo de iniciar a rotina com o aviso de que um amigo não está mais no lugar em que deixei. De perceber que o vento o levará para longe.
Longe! O lugar em que não se sabe se existe de fato ou se não passa de um lugar no meio da sua fé.
E quando foi a última vez que nos falamos? Nem lembro...
Como dói!

Ao meu amigo virtual De Souza.

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4.
É a sinuca de bico de novo.
É o mundo dando voltas.
É o receio do suposto novo.
É a confusão que segue afora.
É a mesma pergunta de sempre: o que fazer?
É o medo de descobrir o que já se sabe.
É o desejo de não existir.
É a dúvida de saber se o melhor caminho é você!
O melhor caminho sou eu?
Que saudade do bom, do diferente, do compreensível, do mágico.
Ser raptada pela lembrança e se perder no passado é o desejo perigoso que se tem.
Por que fugir?
Medo? Covardia?
Destino? É o J quem diz!
E o A, B, C...? E o S?
Inquietação!

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5.
Minha terra não dá amores.
Minha primavera depende da beleza de outras flores.
Conto apenas com a sorte do vento, que me traz e depois leva todos os meus prazeres.
A memória é companheira.
A saudade é carrasca.
Vivo como quem caça vagalumes...
Pura poesia! Pura angústia!

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6.
Pinga, ácida, sobre a armadura que a saudade me colocou, uma ansiedade.
Corrói a dor da distância e deixa em carne viva a felicidade de amar.
[A liberdade é meu caminho e o amor o meu cantar. Podem prender o passarinho, mas nunca me impedirão de amar.]

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7.
Desejo que você tente me engolir.
Assim, seca!
Rasgando a garganta com a aspereza do meu ser, amargando a boca com o fel da minha liberdade.
Desejo que sua consciência provoque uma indigestão e que você vomite toda a sua hipocrisia, sua amargura, sua ingenuidade de quem não vive, mas passa pela vida.
Porque eu sou alimento para não engolir, para não comer.
Sou para alimentar a alma de grandes e não de pequenos. Porque em pequenez de coração não cabe a vida.

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8.
Quisera eu ser a senhora do tempo para realizar os caprichos do amor, para me perder em divina felicidade.

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9.
Doeu e ainda dói.
Mas sofrer é um velho esporte que meu coração pratica.
Não é a primeira e nem será a última.
Para guerreiros, uma boa luta é sempre bem-vinda.
O que sou senão uma guerreira?!

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10.
Prefiro uma verdade que me caia como um tapa na cara do que uma mentira que me venha como uma rasteira.
Covardia sempre requer uma boa dose de egoísmo e de sacrifício do outro.



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