domingo, 7 de julho de 2013

Não amar é (ou, "quem tem medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau?)

Quem tem medo do amor? Ele é indelicado sim, extravagante, exagerado, egoísta... Cavalo sem rédeas! Mas e daí? Não amar é tão pior que tudo. Ah! Não me venha com essa de sofrer?! Um monte de coisas te fazem sofrer, até mais do que o amor... (Esse medo de amar, por exemplo!) Mas poucas coisas, pra não dizer só ele, nos deixam aquelas lembranças. Aquelas que dão ar de bobice na cara, que solicitam sorriso de canto de boca, que sacam suspiros, que mordem os lábios, que reviram olhos, que vibram ares nostálgicos. E como a vida passa e o tempo é senhor de todas as coisas, não são essas lembranças que nos compõem? Não amar é tão pior que tudo... Não amar é vazio, é frio, é deselegante, é aterrador, é solitário, é egocêntrico, é pequeno. Pedras não amam! Galhos também não. E que vida tem graça de ser contada sem amor?
E se não existisse amor na Terra haveria apenas mecânica! É, mecânica! Máquinas não amam. Movimentos mecânicos funcionam por força, nós funcionaríamos por força. E só pararíamos por desgaste, falta de óleo. E nenhum parafuso chora pela rosca cega de sua porca. Nenhuma engrenagem se arrepia por se encaixar no outro, apenas segue encaixando. Máquinas apenas seguem seus movimentos próprios.
Pra que querer ser máquina quando se pode ser só poesia?

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