quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Das outras em mim...

Seria pequena demais se eu fosse só uma. Porque a vida é tão infinita que é quase uma obrigação nossa diante da felicidade sermos muitos, uma multiplicidade inteira num único corpo - que nem é tão único assim.
E essas outras de mim nascem e morrem, e se refazem como a Lua mantém suas fases. A boca que beija o Rico é tão outra quanto a que beija o meu amor, meu irmão, meus amantes, minhas divas. E também o meu riso é outro, meu carinho, meu afeto, meu toque, meu lamento e minhas lágrimas. Porque nenhum amor é igual e cada estímulo, cada vida que sopra em meu rosto, é capaz de despertar em mim coisas tão singulares, tão díspares.
E as outras que habitam este corpo convivem, coexistem. Às vezes em conflito, às vezes fora de tom e às vezes bailando. Mas todas, absolutamente todas, se deixam em entrega quando são requisitadas. E isso é que faz a diferença entre ser uma pessoa falsa e uma pessoa diversa.
Alguns são tão pequenos que são incapazes de compreenderem que o amor é incompatível com o egoísmo, que jamais ele foi criação de um só, pois a gente se faz no outro. Nenhuma identidade se faz só. O que é o amor senão uma identidade? E as outras de mim são plenas desta verdade. Elas amam, elas se entregam, elas vivem...
Das outras em mim, a minha alma!

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