sexta-feira, 31 de maio de 2013

Homo nu

O universo masculino é recheado de permeios, de hesitações, de desfaçatez e de riscos. Tudo muito mergulhado em liames diversos e tênues. Mas se tem algo comum na crueza do universo masculino é a covardia. Os homens são covardes! Simples assim, sem invenções e demais explicações. Covardia nua. É um tipo de covardia infantil, cheia de pirraça, de raiva reprimida, de vergonha camuflada, de medo sufocado. Daquelas que um menino sente quando erra com alguém, mesmo que o erro seja acidental. Vai ele assumir que errou? É mais fácil inventar uma guerra inteira do que expor a fragilidade. Porque se tem uma coisa que não cabe no universo masculino é a fragilidade! E como os homens sofrem com isso... E como são covardes em permitir um espaço pra ela...
Mas a covardia masculina fere a todo instante o universo feminino, quando trituram cada força dali para impor a ilusão de uma coragem, sobre-humana. O menino errante covarde teima em não encarar a mãe, teima em utilizar todos os seus subterfúgios do que se permitir ser errante. E nas horas do erro, nas horas da fraqueza, toda mulher parece ser vista pelo prisma maternal, com autoridade para cobrança. Mal sabem eles que os enfrentamos sempre (e mais) como se fossem nossos pais, porque para que possam negar suas fragilidades eles nos atacam com o ar de autoridade devida. E mais hora ou menos hora a covardia masculina nos alcança, mulheres. 
Ela me toca quando o homem confunde compartilhar com possuir, elogiar com exibir, expressar com supor, conversar com fugir, acolhimento com cobrança, pegar com tocar, permissão com obrigação, afeto com tesão, convite com força.  Ela me toca quando resolvem escolher por mim!  Que saibam todos: nenhuma coragem  prescinde da fraqueza!


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