quinta-feira, 4 de julho de 2013

Ridicularia

As últimas semanas foram de tufões. Daqueles que arrastam a casa inteira e te transportam para outro mundo. É difícil escrever quando estamos tão perdidos. Não escrevi. Escrevo agora porque preciso respirar de novo. E essas letras rasas são um desabafo, puro, simples e pesado.
Sofri para ignorar as primeiras movimentações de luta. Sofri para decidir embarcar nelas. Sofri por estar nelas. Sofri para tentar contribuir. Sofri ao ver tantos erros repetidos, tantos discursos enlatados, tanta cegueira quando era crucial sermos lúcidos. Sofri pelo luto equivocado, vazio e de aparências. Sofro para largar tudo isso que remexe no meu passado, nos meus sonhos, na minha visão de mundo, no meu presente e no meu futuro.  E como dói cada parte desse processo...
Preciso seguir em frente, preciso seguir.
E Lima Barreto foi evocado para lembrarmos de que "a vida é uma ridicularia" e nos deixar sem resposta lógica, óbvia, leve sobre "o que é que enferruja tanto a nossa alma". Podia ser só espuma, mas que oleosa é essa vida?!

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