quinta-feira, 9 de junho de 2016

Tempo, tempo, tempo

Faz tempo que não escrevo.
Faz tempo que as palavras e os verbos só voam na minha cabeça.
É que os ventos que as faziam rodopiar feito papéis de bala e poeira em redemoinhos bobos, eram fracos demais para soprá-las para fora da caixola.
Quantas vezes suspirei eu profundo na iminência de soltar um ou dois verbos?
Quantas vezes a inquietude do meu espírito apontou o dedo para o papel, para a tela em branco?
Mas era eu vestida com a camisa branca, atada pelas emoções. Dessas muitas vezes elas, essas tais emoções, não transbordaram. Não havia poesia que aliviasse a solidez que ganharam. Era eu, ao invés de encharcada de sentimento, seca, empoeirada, amargando a tarefa de carregar o peso de um lugar para outro. Ainda me sinto assim. Só parei para um banho rápido, um respiro rápido nas águas fogosas dos velhos sentimentos. Ainda estou aqui.

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